Sinopse da obra:
Por meio de uma dramaturgia construída através da relação entre corpo, ação e objeto, as cenas constituem imagens que formam quadros acerca do universo de Maysa, uma mulher que não separou arte da vida, e amou em monólogo.
Projeto de Encenação:
Este
projeto faz parte da disciplina de Encenação I e II do curso de Licenciatura em
Teatro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), ministrada pelo professor Dr.
Adriano Moraes, que tem como objetivo o desenvolvimento de experimentos
teatrais embasados no estudo dos principais encenadores e das características
de suas obras, juntamente com atividades práticas de montagem: análise de
texto, estrutura dramática da cena, os elementos da encenação: ator e
movimento, figurino, cenário, iluminação, maquiagem e sonoplastia, onde o
processo acarretará uma apresentação da cena dirigida pelo aluno, fazendo-o
compreender o papel do diretor no processo criativo em teatro.
A
escolha da obra:
Para
realizar esse experimento cênico, escolhi retratar a vida da cantora Maysa
Monjardim, tendo como maior referência a biografia escrita pelo jornalista Lira
Neto, Maysa – Só numa multidão de amores,
além de toda a sua acervo discográfico, fotografias e a minissérie escrita por
Manuel Carlos, dirigida por Jayme Monjardim e produzida pela Rede Globo.
Objetivos:
Trazer
a história de uma das grandes cantoras brasileiras, da década de 60, que teve
sua carreira adormecida pelo tempo. Evidenciando suas quatro facetas: sua arte,
o excesso do álcool, a mãe artista, e uma mulher à frente do seu tempo que fez
suas escolhas e enfrentou as consequências. Fazendo com que o espectador
mergulhe e sinta quem foi essa mulher.
Justificativa:
Meu primeiro contato com Maysa foi
através da minissérie exibida pela Rede Globo em 2009, onde tive conhecimento
de uma grande cantora brasileira da qual não se comentava muito. Além do grande
sucesso como artista, notei em sua personalidade o grande amor pela sua arte, o
que fez tomar escolhas e ter prioridades em sua vida. Deixando de lado tudo
aquilo que uma mulher de sua época tinha que se ocupar, marido e filhos. Aqui
está o ponto chave da minha escolha, o artista que não separa arte/vida , e que sofre consequências internas e externas perante isso. Acredito
que Maysa evidenciava tudo o que o ser humano tem de mais instintivo, agindo e
reagindo fora de um comportamento condicionado quando em situação precária.
A
escolha por trabalhar com uma linguagem que foque totalmente no corpo do ator
vem de uma transformação particular que aconteceu comigo, a descoberta do meu
corpo após ter entrado para o teatro. Condicionado a uma opressão, cheguei a
pesar 130 kg, e dentre um ano e meio perdi 45 kg sem meta ou rigor algum para
com isso. Hoje sei que sou um corpo, um corpo que dei vida, e que pode falar
por si só. Assim, gosto de observar como as pessoas caminham, gesticulam suas
mãos, sustentam sua coluna, como realizam suas funções cotidianas, tentando
encontrar sempre uma razão, muitas vezes ligada a um fator social, econômico ou
político, para se mover de peculiar maneira.
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