O risco em cena.

Nosso ensaio de hoje explorou o risco na cena. Essa estado de controle/descontrole que mantém a organicidade da obra. Maysa sempre abusava dos risco na sua vida, gosto da comparação com o "Bebado e a Equilibrista" na corda bamba de sombrinha. Essa é a cena final que terá como fundo a música "Resposta" composta pela própria Maysa. 

Feito a mão.

Hoje tivemos um dia intensivo de ensaio. "Descansar é no cemitério" como dizia Augusto Omolú. Trabalhamos em cima das cenas já criadas a questão de ritmo, novas formas, ação vocal, e coreografamos alguns movimentos que são explorados dentro de uma repetição com gradativo aumento de intensidade e velocidade. 

O texto e o corpo caminham mais próximos, mas ainda não são uma unidade. A insegurança demonstrada no olhar também diminuiu. O grupo está se curtindo, o prazer sobressai o trabalho. 

Estou muito feliz de ter encontrado pessoas que abraçaram a minha ideia, e hoje as defendem como se fossem delas. Teatro é encontro. Troca. As ideias surgem de todos.

Quem foi/é Maysa?

No ensaio de hoje exploramos a mistura do texto com o corpo, evitando a separação que habitualmente costumamos estabelecer entre ambos. Como esse corpo influencia diretamente na intenção da minha fala? A partir de uma cadeira, pedi que os atores explorassem inúmeras formas de movimentação, variando velocidades, níveis, intensidade, etc. Em busca de uma organicidade repetimos/repetiremos a cena 10, 20, 30...vezes, até o momento em que não haja um milésimo de espaço para se pensar no texto ou no movimento a ser executado. Abaixo o vídeo de demonstração do nosso experimento de hoje: 

Mostra do processo

Nasceu! Parimos! Evoééééé!

Hoje realizamos uma mostra do processo aberto ao público no Tablado dos cursos de Dança e Teatro da UFPel. Esse contato com o público dá uma apimentada no caminho, e também cria possibilidades de troca com os espectadores. Apresentamos o esqueleto das quatro primeiras cenas sob uma luz geral com duração aproximada de 15 minutos. Segue abaixo uma palinha do que rolou hoje...

Fotos: Hélcio Fernandes

Compondo...

Uma vez me disseram o seguinte:

"Que não se deve tocar naquilo pela qual sentimos profunda admiração."

Mas eu acabei não resistindo, e resolvi mergulhar de cabeça em um processo que me desperta a cada dia uma dupla paixão.

Todos os dias eu me questiono o COMO criar uma dimensão para cada impulso, pensamento, ação, movimento, voz e corpo de toda a obra. 

É como se a ideia fosse uma infinita folha em branco onde tu abre o estojo e vê que material se tem para compor. E misturando cores e texturas vamos arriscando entre o (des)controle, que aliás é essencial existir para estar vivo.

Fotos: Laís Soares

Dando corpo a uma memória.

O ato de lembrar nos liga ao passado e altera o tempo. O ato da memória é um ato físico e está no cerne da arte do teatro. Se o teatro fosse um verbo, seria o verbo "lembrar".

Anne Bogart (A preparação do diretor)

Primeiro ensaio do nosso processo. Composto por ideias, discussões, curiosidades...

Quem foi Maysa? O que há de vivo dela ainda? Existem Maysas dentro de muitos...